Poder, diplomacia e comunicação diante das transformações da geopolítica mundial

Ementa do Curso

Em um curso de três aulas, Jamil Chade conta os bastidores da política internacional, os embates no Oriente Médio, as forças que estão remodelando o poder no mundo e o poder da comunicação. A partir de seus 25 anos de experiência nas corredores da ONU, em campos de refugiados ou em reunião de cúpulas, o jornalista apresenta a profunda transformação que atravessamos.

Se o eixo de poder é transformado, as instituições que foram criadas para manter a paz no planeta estão superadas.

Se não bastasse, a revolução tecnológica criou um desafio inédito para as democracias. Comunicação é poder e quem a controla tem a influência sobre corações e mentes.

Há uns anos, fui para Wittenberg, na Alemanha, no momento em que o cisma da Igreja completava 500 anos. Martinho Luthero dificilmente teria conseguido promover o terremoto que fez sem a existência da imprensa de Gutenberg. Aquela maquina, pelas palavras de Francis Bacon, “alterou a face a o estado do mundo”.

Hitler sabia desse poder. Depois de ganhar o poder em 1933, os nazistas usaram uma série de novas leis e regulamentações para esmagar a mídia independente, substituindo-a por uma máquina de propaganda totalitária e raivosa, sob a orientação de Joseph Goebbels, o “Ministro do Reich de Esclarecimento Público e Propaganda”.

Os EUA, em sua ambição planetária, também sabiam que precisavam da comunicação para convencer ao mundo de que seu modelo de sociedade era o mais perfeito já construído. Fizeram isso com armas. Mas também com um império sedutor. Quando artistas americanos como Michael Jackson, Tina Turner, Ray Charles e Stevie Wonder se reuniram para gravar We are the World, o objetivo não era apenas o de coletar dinheiro para a fome causada pela guerra civil etíope entre 1983 e 1985. Juntos, fariam um hino para celebrar a superioridade moral do Ocidente, em plena Guerra Fria. A música como um dispositivo político de comunicação que jamais respeitou fronteiras ou ideologias.

Foi uma rádio em Ruanda que lançou as bases para o genocídio de 1994, desumanizando seus concidadãos e rotulando-os de inimigos. Cerca de 800.000 pessoas foram mortas. Mais recentemente, em Mianmar, mensagens de incitação ao ódio e à violência se espalharam com velocidade alarmante no Facebook e podem ter contribuído para o genocídio e crimes contra a humanidade.

A comunicação é poder.

Neste curso, vamos abordar três pontos importantes nesse debate, a partir de contribuições das Relações Internacionais, Ciência Política, Geografia, História e Comunicação. Cada aula é uma curta conferência de duração de 40 a 50 minutos, seguida de espaço para debate e perguntas. Não há leitura prévia ou formação prévia condicional para a participação.

PROGRAMA DAS AULAS:

AULA 1 – Sob os escombros de Gaza – 80 anos da ONU e o colapso de um sistema incapaz de dar respostas às crises atuais – o impasse no Conselho de Segurança – o esvaziamento financeiro das instituições – a reforma das estruturas criadas após a Segunda Guerra Mundial.

AULA 2 – Brics e os novos eixos de poder – desdolarização – aliança sino-russa – China e sua ambição global – A legitimidade do G20 – a política externa brasileira e seu objetivo de fortalecimento do multilateralismo.

AULA 3 – Os novos donos do poder: A extrema direita global – liberdade de expressão e a imprensa – Musk e as plataformas digitais – regulação ou desinformação?

Aspectos técnicos

As aulas serão transmitidas pelo Google Meet. As instruções para o acesso serão enviadas por e-mail dois dias antes do início do curso. Se você se inscrever nos últimos momentos, receberá essas instruções no dia da primeira aula.

Nossas aulas são transmitidas ao vivo, mas são também gravadas e podem ser assistidas posteriormente. Os links dos vídeos ficam ativos por 30 dias corridos a partir do fim do curso. Oferecemos certificado apenas para quem tiver 75% de presença nas aulas ao vivo.

Para mais informações: [email protected]