Édipo e/ou Antígona: um diálogo filosófico entre feminismo e psicanálise

Ementa do Curso

O século XIX é marcado pelo nascimento da psicanálise, mas também pelo surgimento do feminismo. Enquanto mulheres estão trancadas em casas ou em manicômios sofrendo violências físicas e psíquicas, outras se envolvem em lutas que culminam com intensas transformações sociais no século XX.

Sigmund Freud escuta mulheres marcadas com o estigma da histeria e cria teorias e práticas que, tendo sido às vezes acusadas de machismo, merecem análise. De fato, categorias do feminismo como sexo e gênero são também categorias psicanalíticas. O que Freud chama de complexo de Édipo se consolida aos poucos em seus textos pretendendo expor a organização da sexualidade e do desejo.

Apesar do peso dessa ficção que serve por analogia à compreensão da matriz de subjetivação masculina e feminina, alguns teóricos ousaram contestar Freud: e se, perguntam Steiner e Butler, em vez de Édipo, Freud tivesse escolhido Antígona para interpretar os sujeitos e suas tensões na família? Que parâmetros de compreensão tais personagens colocam em cena? Quem é Édipo, quem é Antígona, que validade tem essas ficções hoje para as psicanálise? Que laços familiares e sociais estão em cena nessas peças? Por que Édipo chamou a atenção de Freud, assim como Hamlet, mas por que Antígona – e Ofélia -, não? Em que sentido uma teoria e suas hipóteses são capazes de afetar a realidade?

O curso se propõe e apresentar um diálogo filosófico entre feminismo e psicanálise colocando foco nas leituras contemporâneas de Antígona e respondendo à pergunta sobre o que está em jogo nessa disputa tão estranha quanto familiar.

Aspectos técnicos

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