A morte de si: psicanálise e suicídio

CURSO MINISTRADO POR: Marcelo Veras

VAGAS: 50

CARGA HORÁRIA: 4h

DIAS DO CURSO: Assíncrono

 

O curso se propõe a examinar a sensível questão do suicídio a partir da teoria e da clínica psicanalítica. Não se trata, contudo, de um curso fechado para especialistas, o objetivo é ampliar o debate e apontar para as possibilidade de prevenção e redução das taxas de suicídio que tiveram uma preocupante elevação nos últimos anos, sobretudo entre os jovens.

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Ementa do Curso

O curso se propõe a examinar a sensível questão do suicídio a partir da teoria e da clínica psicanalítica. Não se trata, contudo, de um curso fechado para especialistas, o objetivo é ampliar o debate e apontar para as possibilidade de prevenção e redução das taxas de suicídio que tiveram uma preocupante elevação nos últimos anos, sobretudo entre os jovens.

Para Freud, a morte não tem representação no inconsciente. Nesse ponto a psicanálise se separa das religiões, pois toda religião oferece um saber sobre a morte. Já a psicanálise parte do princípio de que não há nenhum saber sobre a morte, tudo que podemos fazer é buscar compreender as tramas do morrer. Pensar a questão do suicídio pela psicanálise exige consequentemente um giro de perspectiva. O suicida se mata ou mata a imagem de si? No trabalho, nas universidades, na comédia amorosa, nos dramas familiares, no tribunal permanente da opinião pública, é sempre nossa imagem, ou ego, que marca presença. É ela que sai de cena.

Nos reconhecemos nessa imagem, nos alienamos a essa imagem e passamos a denominá-la “eu”. Quem nunca pensou na própria morte, ou no efeito que causaria no outro se faltasse a ele? Quando desejamos nossa morte, continuamos a pensar nossa ausência como uma presença para além da morte. Isso ocorre por sermos seres de linguagem, nossa existência vai além do corpo biológico – que nos precede e sem o qual não haveria vida. Contudo, como a dor de existir se aloja nas palavras, vivemos a eterna tensão entre um corpo biológico perecível (já que este corpo morre), e nosso ser de fala que, entre outras façanhas, nos separa do reino animal e tem a capacidade de conjugar verbos no futuro. Por termos um corpo, podemos nos desfazer dele, mas como seres que falam do futuro somos todos imortais. É na vertigem entre ser e ter um corpo que vamos tecer a delicada clínica do suicídio. Escritas ou não, todo suicida tem sua carta. A psicanálise é um esforço de leitura destas cartas.

Aula 1: O mundo: como pensar o suicídio nos dias de hoje?

Na psicanálise temos espaço para discutir o mal-estar na civilização, e claro que que o aumento inquietante das taxas de suicídio, sobretudo entre os jovens, é um dos reflexos desse mal-estar. Nessa aula faremos uma introdução sobre a questão do suicídio através dos tempos até chegarmos aos dias de hoje.

Aula 2: O corpo: quem matamos quando matamos a nós mesmos?

O suicídio é um modo de sair da cena. Nesta aula vamos mostrar a construção destas cenas e porque alguns não suportam permanecer nelas. Contudo, a psicanálise nos ensina que quem mata e quem morre no suicídio não são necessariamente a mesma pessoa. Muitas vezes se busca matar algo que é ao mesmo tempo o mais estranho e o mais íntimo do sujeito.

Aula 3: O tempo: cartas de a(morte)

A partir da análise de algumas situações clínicas vamos buscar identificar o que é um suicídio como ato singular e o que é um suicídio pensado coletivamente. Qual o impacto do suicídio de alguém famoso em seus fãs? O que é um suicídio altruísta? Vamos falar do tempo da elaboração de um suicídio e seus curtos-circuitos. Às vezes a construção de um suicídio atravessa anos na vida de um sujeito.

Aula 4: O diálogo: como construir as pontes que podem reconciliar o sujeito com a vida

É preciso muito cuidado ao pensar a questão do suicídio, pois trabalhar com este tema é um exercício de modéstia, sem espetacularização, sem pretensões de um resultado permanente. Jamais reduziremos as taxas de suicídio a zero, mas o psicanalista experiente está acostumado a ouvir de um paciente que tal sessão ou interpretação foram cruciais para reconecta-lo com a vontade de viver.

Bibliografia:

A morte de si
Autor: Marcelo Veras – Editora Cult produções artística LTDA

Vamos falar sobre suicídio?
Autor: Gilson Iannini (org.) – Editora Cult produções artística LTDA

História do suicídio – A sociedade ocidental diante da morte voluntária
Autor: George Minois – Editora UNESP

O suicídio no ocidente e no oriente
Autor: Marzio Barbagli – Editora Vozes

Por 13 razões (13 reasons why) – Série da Netflix

Aspectos técnicos

Os links dos vídeos ficam ativos por 90 dias corridos a partir da data da compra.

Para mais informações: [email protected]

Ministrado por

Marcelo Veras

Psicanalista da Escola Brasileira de Psicanálise (Diretor Geral de 2013-15), psiquiatra da Universidade Federal da Bahia. Professor da Especialização em Teoria Psicanalítica da UFBA, da Especialização em Psicanálise e Saúde Mental da PUC Paraná e da Especialização em Psicanálise de Orientação Lacaniana em Salvador. Possui graduação em Medicina pela Universidade Federal da Bahia (1983), mestrado … Continue lendo “Marcelo Veras”

Aulas

AULA 1
O mundo

AULA 2
O corpo

AULA 3
O tempo

AULA 4
O diálogo

AULA 5
Reflexões finais